segunda-feira, 8 de março de 2010

Registrando e acompanhando a evolução através do desenho

“Na verdade o desenho não reproduz as coisas que vemos, mas traduz a visão que se tem delas.”
Saul Steimberg

A escola vê o desenho como uma possibilidade de brincar, de falar, de registrar, de marcar o desenvolvimento da infância, considerando cada estágio, onde o desenho assume um caráter próprio. Estes estágios definem maneiras de desenhar que são bastante similares em todas as crianças, apesar das diferenças individuais de temperamento e sensibilidade. Esta maneira de desenhar própria de cada idade varia, inclusive, muito pouco de cultura para cultura. Ele também nos ajuda a entender melhor o universo infantil, que com seu modo bem próprio de expressão, registra suas idéias, suas vontades e suas fantasias.

O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos. Essa passagem é possível graças às interações da criança com o ato de desenhar e com desenhos de outras pessoas.

É através da evolução do grafismo que podemos acompanhar as mudanças e aprimoramentos dos desenhos da criança. Para Saul Steimberg o desenho é a forma de raciocinar sobre o papel, de exercitar a inteligência. É assim que, por meio do desenho, a criança cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos. O desenho está também intimamente ligado ao desenvolvimento da escrita, uma vez que esta exerce uma verdadeira fascinação sobre a criança, e isso bem antes dela própria poder traçar verdadeiros signos. Muito cedo ela tenta imitar a escrita dos adultos.

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